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                        Ao longo das vidas sucessivas, o homem caminha da simplicidade e
                     ignorância para a angelitude e pouco a pouco experimenta as múlti-  A
                     plas nuanças do amor. Inicia no amor gregário, na formação da família,   U
                     estende-se ao amor partilha, das amizades, ensaia o amor parceria, nas   T
                     relações afetivas até plenificar-se no amor doação, que lhe alimenta a   O
                     alma. Todas as formas de amor, em cada momento evolutivo do ser, são   A
                     sagradas e conectam o ser ao centro.                          M
                        As experiências da vida prometem realização nas ofertas de posse e
                     poder, prazer e possessividade, mas o homem, cada vez mais frustrado   O
                     e vazio, vivencia os alienamentos e dramas passionais variados, fruto do   R
                     egoísmo, negação do amor.
                        Sendo Espírito imortal, o homem só se plenifica na relação com a
                     fonte que lhe deu origem. E a encontra resguardada no interior de si
                     mesmo, à medida que se aprofunda no reconhecimento de sua natu-
                     reza, identificada com a natureza do Pai.
                        Os dramas da vida, as dores, sofrimentos, provêm do desejo de fazer
                     a vida de acordo com as próprias leis e de uma interpretação da exis-
                     tência como algo definitivo, quando a natureza da vida é a imperma-
                     nência. O benfeitor Dias da Cruz nos ensina que o homem também
                     é natureza.
                        Qual a semente, vivencia as etapas de germinação, crescimento,
                     floração e frutificação. A cada etapa, uma necessidade e uma potencia-
                     lidade. A vida solicita do ser o comportamento adequado a cada etapa.
                     Assim como não é justo cobrar do broto que se comporte como a flor,
                     não é justo permitir ao fruto que se comporte como o broto. A cada
                     um de acordo com seu nível de oportunidade e consciência.
                        No entanto, independentemente da etapa, o Espírito sempre
                     vivencia as quatro estações. Primavera, verão, outono e inverno são
                     estações da alma que, ciclando promovem o fenômeno vida, que se
                     renova permanentemente. E, conclui o benfeitor, “todas as etapas e
                     todas as estações são divinas”.
                        Assim como as trocas realizadas na natureza, nas polinizações e rela-
                     ções de permuta, as relações sociais possibilitam ao Espírito fecun-
                     dar-se de vida, conhecimento e prazer, do material ao da alma.
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