Page 28 - Chico Xavier à Sombra do Abacateiro | Candeia.com
P. 28
O outro voltou para casa, lutando com as dificuldades
naturais da família.
O tempo correu.
Vinte anos haviam se passado, quando os dois irmãos,
fiéis à palavra empenhada, reuniram-se no mesmo lugar.
O primeiro, o que se havia isolado, não reconheceu o
segundo, tal o estado deplorável de imundície em que se
encontrava; estava sujo, rasgado, seguido por um grande
séquito de necessitados…
O primeiro exibia uma túnica muito alva e refletia
grande segurança.
Depois de se identificarem, foram à presença de um
anjo do Senhor que somaria as dúvidas quanto ao apro-
veitamento de ambos, nas lutas da vida.
A escolha recaiu sobre o segundo, o que havia voltado
para o convívio familiar, expondo-se às tentações.
— Mas, anjo bom – disse o primeiro –, eu alcancei a
pureza máxima, ao passo que o meu irmão traz o joelho
ralado pelas sucessivas quedas… Eu consegui atravessar
o Ganges sem sequer tocar os pés na água…
O Espírito iluminado, depois de ouvi-lo, falou melan-
colicamente:
— Ah! meu irmão, para atravessar o Ganges sem mo-
lhar os pés, bastaria que você construísse uma pinguela!…
A lição nos tocou bem fundo a alma.
26